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Dados vol. 68 n. 2 Rio de Janeiro 2024-07-01 2025

Aníbal Quijano, Usurpador da Colonialidade do Poder? Resposta a Ramón Grosfoguel

Deni Alfaro Rubbo

Abstract

Este artigo pretende problematizar as afirmações de Ramón Grosfoguel, especificamente em relação a Aníbal Quijano. Sustento que a acusação de “racismo epistêmico” feita por Grosfoguel, de acordo com a qual Quijano não teria reconhecido uma de suas dívidas intelectuais, é destituída de embasamento em fontes precisas. Contextualizando de maneira mais ampla a “colonialidade do poder”, argumento que Grosfoguel não leva em conta aspectos fundamentais da biografia do autor peruano, tanto de sua formação política e intelectual quanto do estilo de sua obra. Também, um exame da relação entre Quijano e a tradição intelectual peruana e latino-americana iluminará veredas cruciais na trajetória da teoria da “colonialidade do poder”. Desse modo, a grave acusação de “racismo epistêmico” feita pelo autor porto-riquenho deve ser colocada em questão, pois a trajetória acadêmica de Quijano revela que a elaboração da “colonialidade” é dotada de uma historicidade segundo a qual as ideias de raça e racismo são parte do processo global da construção da teoria.

Keywords: colonialidade do poder; Aníbal Quijano; Ramón Grosfoguel; grupo modernidade/colonialidade; intelectuais

DOI: .1590/dados.2025.68.2.365

Full text

Aníbal Quijano, Usurpador da Colonialidade do Poder? Resposta a Ramón Grosfoguel