Dados é uma das principais e mais longevas publicações nas ciências sociais no Brasil. Criada em 1966, divulga trabalhos inéditos e inovadores, oriundos de pesquisa acadêmica, de autores brasileiros e estrangeiros. Editada pelo IESP-UERJ, é seu objetivo conciliar o rigor científico e a excelência acadêmica com ênfase no debate público a partir da análise de questões substantivas da sociedade e da política.
Dados vol. 68 n. 2 Rio de Janeiro 2024-07-01 2025
Resumo
Há um consenso cada vez maior sobre a relevância da participação de atores não-estatais na governança climática. No entanto, múltiplas barreiras, tanto nacionais quanto mundiais ainda atrapalham a eficácia deste envolvimento. De acordo com uma pesquisa etnográfica, este artigo analisa como atores não-estatais de duas organizações − Ecos e a Coletivo Indígena Chileno sobre a Mudança Climática – percebem a participação deles na governança climática nacional. Nós realizamos 36 entrevistas semiestruturadas com participantes de dois grupos comprometidos com ação climática, sendo um deles liderado por organizações da sociedade civil e o outro convocado pelo Estado e composto por líderes dos povos indígenas, também envolvidas na observação de participantes. Apesar de terem motivações diferentes, todos compartilham a meta comum de abordarem desigualdades sociais e ecológicas através de respostas que surgem dos seus territórios. No entanto, estes grupos mostram que tanto a política nacional de mudança climática quanto o cenário internacional de governança climática continuam a considerar a participação de atores não-estatais como marginal, simbólica e instrumental.
Palavras-chave: governança climática; participação; atores não-estatais; transformação
DOI: .1590/dados.2025.68.2.363
A Participação de Ativistas e Povos Indígenas na Governança Climática no Chile