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Dados vol. 68 n. 1 Rio de Janeiro 2024-04-01 2025

Estatística, Cartografia e suas Interseções Tecnopolíticas: Um Outro Olhar sobre a Construção do Espaço Nacional

Alexandre de Paiva Rio Camargo

Resumen

Este artigo realiza uma abordagem cruzada de números e mapas de modo a evidenciar o poder performativo que emerge de suas interseções tecnopolíticas, como o conceito de densidade populacional e o recorte regional do território. Aplicada ao caso brasileiro, a análise combinada ilumina aspectos relativos à construção da autoridade do Estado e seu poder de criar categorias de pessoas e lugares. Para tanto, examinamos as tendências que aproximam a estatística da cartografia no Brasil Império e que indicam um estatuto comum a mapas e números enquanto instrumentos descritivos do poder soberano, como suas modalidades de uso, e suas condições de produção e validação da verdade. Na sequência, abordamos os fatores que levam à crescente importância dos números e dos mapas para a ação coletiva e para a produção de identidades compartilhadas. Com base nas referências da sociologia da quantificação, enfocamos a emergência da cartografia estatística e a crescente regionalização dos dados oficiais, entre as décadas de 1920 e 1940, ligadas a um novo modo de definir a brasilidade, ordenar o território e gerir a população. Concluímos que quantificar é também visualizar quantidades demográficas e econômicas em uma espacialidade coerente e unitária, uma vez estabilizada por convenções de equivalência.

Palabras-clave: cartografia estatística; regionalização; Estado; nacionalismo; quantificação

DOI: .1590/dados.2025.68.1.349

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Estatística, Cartografia e suas Interseções Tecnopolíticas: Um Outro Olhar sobre a Construção do Espaço Nacional