Dados é uma das principais e mais longevas publicações nas ciências sociais no Brasil. Criada em 1966, divulga trabalhos inéditos e inovadores, oriundos de pesquisa acadêmica, de autores brasileiros e estrangeiros. Editada pelo IESP-UERJ, é seu objetivo conciliar o rigor científico e a excelência acadêmica com ênfase no debate público a partir da análise de questões substantivas da sociedade e da política.
Dados vol. 58 n. 4 Rio de Janeiro out./dez. 2015
Resumo
O objetivo deste artigo é contribuir com o debate acerca das desigualdades de renda do trabalho nas regiões metropolitanas brasileiras, incorporando nos seus determinantes explicativos a localização residencial dos indivíduos na metrópole. As desigualdades de renda são analisadas a partir do contraste de três modelos de regressão linear múltipla – Mincer, Credencialismo e sobre-educação –, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1998, 2003 e 2009. Constatamos que a localização residencial dos indivíduos na metrópole tem efeito na explicação das desigualdades de renda e pode ser avaliada pela dupla escala da divisão social do território, segundo os modelos núcleo-periferia e favela-não favela. A análise dessa dupla escala demonstrou-se importante para gerar elementos empíricos que nos permitissem construir hipóteses sobre os mecanismos que explicam as diferenças entre os indivíduos na obtenção de renda do trabalho, a partir das contribuições analíticas do campo disciplinar da sociologia urbana, em especial, referente às contribuições dos estudos sobre efeitos de vizinhança.
Palavras-chave: desigualdades de renda; efeitos de vizinhança; modelo núcleo-periferia; modelo favela-não favela; metrópole.
Território e Desigualdades de Renda em Regiões Metropolitanas do Brasil