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Dados vol. 64 n. 3 Rio de Janeiro 2021-05-17 2021

A memória nacional globalizada: as condições sociais de produção simbólica da nação

Michel Nicolau

Resumen

Desde a segunda metade do século XX há o entendimento de que os símbolos nacionais são resultado de complexos processos de invenção. No Brasil, os intelectuais do começo do século XX são vistos como a principal voz de autoridade forjadora dos símbolos nacionais. O trabalho desses intelectuais, contudo, se deu em um contexto no qual o Estado-nação tinha o monopólio de sentido da identidade nacional e no qual a nação se produzia internamente ao espaço nacional. Este artigo investiga as mudanças da produção simbólica da nação em uma situação de globalização. Demonstra que: a) a produção da nação se deslocou do espaço nacional, surgindo uma memória nacional globalizada; b) essa memória tem nas indústrias culturais e na cultura de consumo um novo e primordial meio de propagação; e c) surgiram artífices transnacionais, especialistas em produção simbólica da nação, que desafiam a posição antes ocupada pelos intelectuais tradicionais.

Palabras-clave: memória nacional; globalização; intelectuais; indústrias culturais; cultura de consumo

DOI: .1590/dados.2021.64.3.241

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A memória nacional globalizada: as condições sociais de produção simbólica da nação