Dados é uma das principais e mais longevas publicações nas ciências sociais no Brasil. Criada em 1966, divulga trabalhos inéditos e inovadores, oriundos de pesquisa acadêmica, de autores brasileiros e estrangeiros. Editada pelo IESP-UERJ, é seu objetivo conciliar o rigor científico e a excelência acadêmica com ênfase no debate público a partir da análise de questões substantivas da sociedade e da política.
Dados vol. 68 n. 3 Rio de Janeiro 2025-02-20 2025
Resumo
Este artigo aborda a evolução da estrutura social das metrópoles brasileiras sob a perspectiva da interseccionalidade, entre 1982 e 2022, analisando, de forma integrada, as dimensões de classe, raça e sexo. Para a aproximação da dimensão de classe utilizou-se as categorias sócio-ocupacionais do Observatório das Metrópoles, conjugadas com os dados raciais e de sexo disponíveis nos levantamentos domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados permitem afirmar que, apesar da ampliação de posições sociais mais elevadas para as mulheres, especialmente, e para as pessoas negras, de modo mais tímido, a parte superior da estrutura social das metrópoles brasileiras continua marcada pelas desigualdades de classe entre brancos e negros. Na parte inferior, todavia, a estrutura social continua expressando desigualdades entre homens e mulheres e entre brancos e negros. O estudo também evidencia a importância da análise interseccional em estudos populacionais a fim de se identificar diferentes situações de desvantagens e desigualdades sociais no Brasil.
Palavras-chave: estratificação social; interseccionalidade; desigualdade social; metrópole
DOI: .1590/dados.2025.68.3.384
Interseccionalidade da Estrutura Social das Metrópoles Brasileiras: Mudanças e Permanências em Quatro Décadas