Artigo



Dados vol. 59 n. 4 Rio de Janeiro out./dez. 2016

Saúde, Religião e Trânsito Religioso: Estudo Pró-Saúde

Nunes, Ana Paula - Mariz, Cecília - Faerstein, Eduardo

Resumo

Embora pesquisas qualitativas apontem para uma relação entre mudança de religião e busca por saúde e superação de doenças e do sofrimento em geral, há pouca produção de dados quantitativos sobre o tema. Esse artigo pretende preencher em parte essa lacuna analisando os resultados de um estudo epidemiológico com funcionários públicos no Rio de Janeiro (Estudo Pró-Saúde) em 1999. Dos 3.562 indivíduos pesquisados, 62% mantiveram a religião em que foram criados, 26% mudaram de religião, e 12% mudaram para “sem religião”. O trânsito religioso, variável derivada da comparação entre religião de criação e religião declarada à época da pesquisa, foi marcado por crescimento de kardecistas e do grupo “sem religião”. Para verificar a associação entre a variável autopercepção da saúde e as variáveis identidade religiosa e trânsito religioso, foi realizada uma análise estatística ajustada por variáveis sociais e demográficas. Observou-se uma chance 40% mais elevada de uma autopercepção da saúde “regular ou ruim” estar associada à mudança de religião, quando comparada à autopercepção de saúde “boa ou muito boa”, independentemente de idade, sexo e escolaridade.

Palavras-chave: religião; trânsito religioso; autopercepção da saúde; Estudo Pró-Saúde.

DOI: 10.1590/001152582016112

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Saúde, Religião e Trânsito Religioso: Estudo Pró-Saúde